quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Estudo recomenda criação de cluster no sector dos plásticos

  • Leiria concentra maior número de empresas do sector
A Competinov recomenda a criação, em Portugal, de um cluster de produto na indústria de plásticos, apostando em novas formas de cooperação e alianças estratégicas entre empresas complementares na cadeia de valor e geograficamente próximas. O empresa defende que o Estado deve apoiar financeiramente a criação de uma infra-estrutura tecnológica de suporte à criação de redes empresariais nesta indústria, revelou ontem em conferência de imprensa. Segundo o Polinov (Estudo Prospectivo de Inovação para o Sector Português dos Polímeros), as empresas do sector de plástico, incluindo moldes para injecção de plásticos, devem entrar em novos mercados com recurso a parcerias entre empresas, o que permitirá aumentar o investimento e as possibilidades de êxito, a definição de nichos de mercado a atingir pelas empresas do sector e a oferta agregada de produtos e serviços com base em alianças estratégicas. Esta abordagem, defende, é 25% mais rentável que os grandes segmentos de mercado, uma vez que está menos sujeita à concorrência via preço.Áreas de aposta: automóvel e electrónica Os sectores automóvel e de electrónica são considerados fundamentais, tanto para a indústria de moldes, como para a de artigos de plástico. Acrescem os sectores de electrodomésticos e embalagem, para a indústria de moldes, e a construção e sector alimentar, para a indústria de fabrico de artigos de plástico.No plano da internacionalização, as prioridades para as empresas portuguesas do sector apotam para Espanha, França e Alemanha, em particular regiões específicas daqueles países. A Competinov destaca que a maior pressão concorrencial para as empresas nacionais do sector de plásticos provém da Europa de Leste e China.Fraco poder negocial e dificuldade de acesso a capitalOs principais entraves às empresas portuguesas de moldes e plásticos prendem-se com o fraco poder negocial face a fornecedores (sobretudo na fabricação de artigos plásticos), uma fraqueza que se estende a jusante, ou seja, aos clientes. Acresce a falta de cooperação entre empresas e a inexistência de uma tendência bem marcada em termos de posicionamento do produto no sector, uma vez que não é dos mais competitivos em termos de preço e ainda não se pode afirmar completamente pela diferenciação. A dificuldade em aceder a capital para investir é outra das dificuldades apontadas.No que respeita ao segmento de moldes para injecção de plásticos, as principais fraquezas registam-se na lenta incorporação de conhecimentos nos sistemas de gestão das empresas e falta de aposta em parcerias.Cooperação entre universidades e empresas de plásticosAumentar a cooperação entre as universidades e as empresas industriais do sector de plásticos, incluindo realização de estágios de estudantes universitários nas empresas, criar de pólos de investigação universitários em empresas, e espaços de investigação das empresas dentro das universidades, perfazem outras das recomendações apontadas por este estudo.A apresentação pública do estudo realizou-se ontem, no Hotel Ritz, em Lisboa, no âmbito de um seminário subordinado ao tema «Competitividade dos Sectores dos Moldes e Plásticos, que Futuro?» que contou, como oradores, com Pedro Faria, presidente da APIP, Leonel Costa, presidente da Cefamol, Paulo Silva, presidente da Plasdan, Rui Filinto, presidente da Key Plastics e António Cunha, presidente da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, entre outros.O estudo contou com a colaboração do CEFAMOL – Associação Nacional da Indústria de Moldes, do PIEP – Inovação em Engenharia de Polímeros, do DEP – Departamento de Engenharia de Polímeros da Universidade do Minho e da APIP – Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos. Leia aqui o estudo na íntegra.
Exportações de plásticos cresceram 57,6% em 2004As exportações de «Plásticos Borracha e Suas Obras» do Pinhal Litoral registaram, em 2004, um crescimento de 57,6%, representando mais de 15% das exportações totais da região e quase 10% das exportações desta categoria no total nacional. O distrito de Leiria concentra 212 das cerca de mil empresas portuguesas do sector do plástico e 72% das 161 empresas de moldes existentes no País.